terça-feira, 27 de outubro de 2009

O lugar onde se esconde o silêncio

Olá tristeza de onde vem esse som?
De onde vem a canção?
Quem escolhe para cada pessoa um dom?
Vamos ser uma manhã de um amanhã?
Ou uma estrada sem chão?

È a voz do pranto que vem de mim
O choro e a angustia daqueles que não podem mais continuar
O som que ouves é o terror que invade cada casa durante a noite
A falar palavras que nunca foram ditas
Para alguém que nunca vai as escutar

O monstro por cima da cama agora se esconde
O brilho que some do olhar de uma menina de repente
E se ofusca sentada sobre o pé da cama

Pobre criatura
È das emoçoes dessa criança que vem o som que ouves
Dela e de tantos outros
Que se perderam no meio desse vazio constante
È constante e intuitiva
Na verdade é tão silencio que ouve
O grito que rasga por dentro

O silêncio que ensurdece os desesperados
Se minha mão tampar a sua boca
Criancinha doente
Estará tudo acabado

Precisa de força para aprender a crescer viver
Ser fraca para se tornar forte
Irreal
O peso das lágrimas forçadas a secarem
Imoral
A lembrança que jamais será esquecida

Gravada como inscrição em pedras
As paredes são espelhos de água
E as cores opacas agora são
Sons dissonates
E tudo o que ouves agora
È tão feroz e dolorido
Que voce nunca a verá sorrir

È o som das vidas se esvazindo
Vindo de cada canto que existe
Em todos os porões existentes em nós

Não se deixe levar
È uma tempestade que vai passar
Más alguém um dia a recordará
Que nunca esteve em lugar nenhum de verdade
È o som das pessoas pensando que amam
A amargura de quem provou odiou e quer voltar

A vulgaridade que se espalha por todos
Como o olhar de um lobo à espreita
E um coração de papel que se queima
Pelo fogo gelado do nunca mais voltar
Sórdida ilusão
Criança surda e suja que canta uma canção.



Texto conjunto com Cássio Villani.