quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quem dera fosse sonho .

quando você quis saber o porque, eu não tive uma reação óbvia.
eu teria que convencê-lo de algo que nem eu tinha certeza.
- medo, eu disse. você vai embora e eu não quero ter que me acostumar com a falta mais uma vez. doeu demais antes, vai doer demais depois.
suas feições passaram de descrença a aceitação, e no fim transformou-se num suspiro. seus olhos emanavam frustração e tristeza, até que baixou a cabeça em silêncio. como se soubesse que não adiantaria dizer nada. voce sabia que aquela era a realidade.
- é, e seria pior depois. pela distancia e pelo tempo e pela falta.
seu silencio me enfurecia, até que você pareceu esboçar uma frase. ao me olhar nos olhos, desistiu. outro suspiro. levantou e me ajudou a levantar também, e depois de um abraço desesperado, se virou para ir embora.
eu, parada, olhando suas costas se afastando. corri, segurei teu braço com toda força que tinha e te fiz olhar pra mim. supliquei:
- por favor, não deixa eu me afastar de você.
e você foi embora.