sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O pássaro na copa da árvore do topo do mundo .

O passarinho na copa da árvore
mudo agora está?
com suas asas adornadas, esperado o vento se acalmar
para voar,
para esbanjar suas sombras,
de asas adornadas no tudo do nada onde tudo está.
o passarinho na copa da árvore se perdeu das palavras.
agora ele olha o horizonte
e as espera
e nunca as vê chegar.
ele se engasgou com o silêncio,
se feriu por dentro,
louca ave a pairar.
não pode parar.
não poderá nunca mais parar.
onde olha, inveja um lugar onde queria estar.
não existem correntes, nem gaiolas.
mas de tantos azuis e nuvens e ventos e luzes
atordoado agora está.
então, busca a ausência da liberdade que usufrui
deseja assentar-se.
mas o impulso que tomou da copa da
árvore foi grande demais.
que pairou até o horizonte acabar
o que havia atrás de um horizonte tão longe?
outro horizonte a voar.
até que o peso das palavras que se negam a sair foi grande demais
e o pássaro tombou, desesperado,
ao encontro da ausência dos seus planos,
onde o que se quer não acontece.
a ânsia do fim de tudo se estende eternamente,
até onde olhos humanos não conseguem enxergar.
seria uma nova vida se ao invés de ave
fosse um peixinho no mar.
uma queda alta com suas asas
adornadas de dourado pela luz solar
até em queda delizava linda e suavemente pelo ar
CHUAAAAAFLLLSSS
agora o passarinho é mais um pedaço do mar.



Texto conjunto com Cássio Villani.