sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Luz na escuridão .

O sol não nasceu.
Para ela, não importava mais.
Tornara-se um ser das trevas. Era na escuridão que se sentia à vontade. Não tinha que desfazer dos costumes.
A escuridão permaneceu por três meses, mas não influiu na sua vida. Rastejava entre coisas e pessoas sem ser percebida.
Até que um dia, conheceu-o.
Ele também gostava da noite, também mantera-se intacto ao que declaravam uma desgraça.
Passavam o tempo juntos, em silêncio. A companhia bastava à eles. Mantiam-se em um laço que não poderia mais ser quebrado.
Foi assim, até o dia em que o sol nasceu de novo.
Ela não o encontrou em lugar algum, nem mesmo durante a mais escura noite. Não poderia deixá-lo ir, precisava dele.
Buscou-o em toda parte, até que encontrou-o num celeiro abandonado, na escuridão.
Não foi mais vista, desde então.
Anos depois, encontraram-na no celeiro. A pele e roupas intactos, pupilas totalmente dilatadas, olhos vidrados no canto mais escuro do local.
Ela perdera-se no mundo de trevas, que outrora seu amigo Lúcifer lhe apresentou.