segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rotina .

Ela não suporta mais
tantos rostos,
tantos nomes,
tantos braços,
abraços,
carinhos.
ela não consegue mais
vagar às três da manhã
na cidade vazia.
ela não pode enxergar
um futuro que lhe prometeram,
o silêncio que ela esqueceu
na primeira noite.
ela caminha de costas
buscando um passado presente
aos olhos de um negro felino.
ela tem que quebrar o agouro
de um encontro na madrugada,
daquela alma que não existiu.
deitada no vácuo ela pode ouvir
o som das estrelas,
dormir à luz da solidão.
com o barulho do mar,
ela acordou.
e descobriu que estava morta.